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Endêmias do brasil...?

Gostaria de saber o que é tracoma,seus sintomas e como prevenir?Obrigada.

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  • Anonymous
    1 decade ago
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    TRACOMA - DEFINIÇÃO

    O tracoma é uma afecção inflamatória crônica da conjuntiva e da córnea, uma ceratoconjuntivite crônica palpebral recidivante que em decorrência das infecções repetidas pode levar a cicatrizes na conjuntiva palpebral. Em casos mais graves evoluem para seqüelas, provocando lesões corneanas importantes, podendo produzir cegueira.

    QUADRO CLÍNICO

    Nos períodos iniciais da infecção, o tracoma aparece em forma de conjuntivite folicular, com hipertrofia papilar e infiltração inflamatória que se estende por toda a conjuntiva, principalmente a conjuntiva tarsal superior. Em casos leves os folículos regridem e em casos mais graves podem se tornar necróticos, deixando uma pequena cicatriz conjuntival que dependendo da inflamação pode evoluir para cicatrizes mais extensas, e com o passar do tempo podem causar distorção nas pálpebras, com inversão dos cílios provocando triquíase.

    Os cílios invertidos tocando a córnea podem provocar ulcerações e consequentemente, opacificação corneana, que é a responsável pela acuidade visual baixa e cegueira.

    A severidade da doença dá-se principalmente pelos episódios freqüentes de reinfecções e pelas conjuntivites bacterianas associadas.

    Os sintomas do tracoma inflamatório são lacrimejamento, sensação de corpo estranho, fotofobia discreta e secreção purulenta em pequena quantidade. Somente haverá secreção purulenta em grande quantidade, se houver infecção bacteriana associada, porém, dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica revelaram que 25% dos indivíduos com tracoma inflamatório são assintomáticos.

    Os pacientes que apresentam triquíase e entrópio manifestam dor constante (devido aos cílios tocarem a córnea), assim como os portadores de ulceração corneana que podem ter fotofobia associada.

    PROGNÓSTICO

    As re-infecções sucessivas da conjuntiva pela Chlamydia trachomatis, associadas à outras conjuntivites bacterianas, podem levar à quadros de tracoma inflamatório intenso (TI). Os casos de TI apresentam maior risco de desenvolverem cicatrizes conjuntivais (TS). Os indivíduos com TS têm maior probabilidade de desenvolverem entrópio, triquíase, opacificação de córnea e conseqüentemente cegueira.

    Tratamento

    retorna

    O objetivo do tratamento é a cura da infecção, com a conseqüente interrupção da cadeia de transmissão da doença.

    As condutas abaixo relacionadas são recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e utilizadas no Brasil.

    Tratamento Tópico:

    - Tetraciclina a 1% - pomada oftálmica, usada duas vezes ao dia durante seis semanas.

    - Sulfa - colírio, usado quatro vezes ao dia durante seis semanas, que substitui a falta de

    tetraciclina ou por hipersensibilidade à mesma.

    Tratamento sistêmico:

    Tratamento seletivo com antibiótico sistêmico, via oral: indicado para pacientes com tracoma intenso (TI) ou casos de TF ou TI que não respondam bem ao medicamento tópico. Deve ser usado com critério e acompanhamento médico devido as possíveis reações adversas.

    - Eritromicina - 250 mg, quatro vezes ao dia durante três semanas (50 mg/kg de peso ao dia).

    - Tetraciclina - 250 mg, quatro vezes ao dia durante três semanas (somente para maiores de dez anos).

    - Doxaciclina - 100 mg/dia, duas vezes ao dia durante três semanas (somente para maiores de dez anos).

    - Sulfa - dois tabletes ao dia, durante três semanas.

    Outro medicamento vem sendo testado com bons resultados em termos de efetividade para o tratamento do tracoma, a Azitromicina, 20 mg/kg de peso em dose única.

    Todos os casos de entrópio palpebral e triquíase tracomatosa deverão ser encaminhados para avaliação e a cirurgia corretiva das pálpebras. Todos os casos de opacidade corneana (CO) devem ser encaminhados à referência e medida sua acuidade visual.

    HISTÓRICO DO TRACOMA

    O tracoma continua a ser uma das doenças de maior disseminação no mundo. A Organização Mundial de Saúde estima a existência de 146 milhões de pessoas com o tracoma no mundo, dos quais 5,9 milhões são cegos.

    O tracoma é reconhecido milenarmente como uma importante causa de cegueira. Referências a sua ocorrência foram encontradas desde os primeiros registros humanos, em diferentes civilizações e momentos históricos, tais como na China (século XXVII A.C.), Suméria (século XXI A.C.), Egito (século XIX A.C.), Grécia (século V A.C.) e Roma (século I A.C.).

    Na Idade Média a doença era abundante no Mundo Islâmico e na Grécia. Com as guerras e as grandes migrações, o tracoma foi trazido para o restante da Europa, onde tornou-se endêmico. A partir da Europa, foi trazido pela colonização para o Continente Americano. Na segunda metade do século XIX e início do século XX, o tracoma achava-se amplamente disseminado em todo o mundo. No decorrer do século XX, com a melhoria das condições de vida, conseqüente, à industrialização e ao desenvolvimento econômico, desapareceu da Europa, América do Norte e Japão.

    No entanto, o tracoma continua a ser um importante problema de saúde pública, enquanto causa de morbidade, deficiência visual e cegueira em grande parte dos países subdesenvolvidos, principalmente na África, Oriente Médio, subcontinente Indiano e Sudoeste da Ásia. O tracoma ainda existe também, em menores proporções na América Latina e Oceania.

    O TRACOMA NO BRASIL

    O tracoma não existia entre as populações nativas do Continente Americano. A doença foi trazida pela colonização e imigração européias. Relata-se que teria sido introduzido no Brasil a partir do século XVIII, no Nordeste, com a deportação dos ciganos que haviam sido expulsos de Portugal e se estabelecido nas Províncias do Ceará e Maranhão, constituindo-se então os primeiros "focos" de tracoma no país, dos quais o mais famoso foi o "foco do Cariri", no sul do atual Estado do Ceará. Além do "foco do Nordeste", outros dois "focos" teriam contribuído decisivamente para a disseminação do tracoma no país, os "focos de São Paulo e Rio Grande do Sul", que teriam se iniciado com a intensificação da imigração européia para esses dois Estados, a partir da segunda metade do século XIX. Com a expansão da fronteira agrícola em direção ao oeste, o tracoma foi disseminando-se e tornou-se endêmico em praticamente todo o Brasil, sendo encontrado hoje em todo o território nacional.

    A primeira medida de controle do tracoma adotada no Brasil foi de iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, que em 1904 proibiu a entrada de imigrantes com tracoma no porto de Santos, a exemplo do que era feito nos Estados Unidos. Esta medida, porém, teve vida curta. A pressão dos fazendeiros de café, que necessitavam da mão de obra imigrante, acabou por derrubar a proibição, substituindo-a por uma multa para o dono do navio que trouxesse imigrantes com tracoma. Em 1906, inicia-se em São Paulo a primeira "Campanha Contra o Tracoma" realizada no país, e em 1914 começam a ser instalados, também em São Paulo, os primeiros serviços especializados em tracoma, os "Postos Anti-tracomatosos".

    Em nível nacional, a primeira medida de controle do tracoma foi em 1923, quando foi decretado o "Regulamento do Departamento Nacional de Saúde Pública" e foi justamente a proibição do desembarque de imigrantes com tracoma, medida esta que, naquele momento, já era totalmente inócua, pois o mesmo encontrava-se amplamente disseminado no país, e não mais dependia da imigração para sua manutenção.

    A partir de 1938, o Estado de São Paulo iniciou a implantação de uma rede de serviços especializados em tracoma, os "Dispensários do Tracoma". Esta rede chegou a ter mais de 200 unidades, cobrindo quase a totalidade do Estado, e foi extinta em 1969. Pouco depois, no início da década de setenta, o tracoma foi considerado erradicado no Estado de São Paulo, sendo que em 1978, na implantação do Sistema de Vigilância Epidemiológica no Estado de São Paulo, o tracoma não foi incluído no elenco de doenças de notificação compulsória.

    No início da década de 80 houve aparecimento de casos de tracoma em Bebedouro, município do interior do Estado de São Paulo, o que gerou várias medidas de controle inclusive pesquisas para confirmação da doença.

    Foram realizadas diversas investigações em municípios do Estado de São Paulo onde a prevalência encontrada variou de 1,5% em Franco da Rocha (1989), 9,6% em Guaraci (1989) e 18,6% em crianças menores de 10 anos na área rural de Bebedouro (1986).

    No Brasil enquanto um todo, o Governo Federal iniciou em 1943 a realização da "Campanha Federal Contra o Tracoma", por iniciativa do Departamento Nacional de Saúde Pública. Esta Campanha foi incorporada ao "Departamento Nacional de Endemias Rurais - DENERu", quando da sua criação em 1956, e posteriormente à SUCAM (Superintendência Nacional de Campanhas de Saúde Pública), criada em 1970. Em 1990, as atividades de controle do tracoma passaram a fazer parte das atribuições da Fundação Nacional de Saúde - FNS.

    O ciclo de desenvolvimento econômico iniciado nos anos cinqüenta e que perdura até o "milagre econômico" dos anos setenta teve um profundo impacto na ocorrência do tracoma no Brasil. Observou-se uma diminuição acentuada no número de casos detectados em todo o país, e chegou-se mesmo a considerar que o tracoma havia sido erradicado em alguns estados, como em São Paulo.

    Entretanto a história não é bem essa. Em que pese a ocorrência real de uma diminuição acentuada na prevalência e incidência do tracoma em nível nacional, a doença continuou a existir, acometendo majoritariamente as populações mais carentes e desassistidas de t

  • 1 decade ago

    Tracoma é uma doença oftálmica altamente contagiosa, de etiologia bacteriana, causadora de comprometimentos na córnea e na conjuntiva. Provoca fotofobia, dor e lacrimejamento, podendo levar à cegueira.

    É causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e é transmitida por contacto directo com os olhos, nariz e secreções bucais de indivívuos afectados, ou então através de objectos que tiveram em contacto com essas secreções.

    Esta oftalmopatia é de natureza crônica.

    Sintomas:

    A bactéria possui um período de incubação de 5 a 12 dias, depois dos quais o indivíduo apresenta sintomas de conjuntivite ou irritação ocular.

    Prognóstico:

    Se não for tratada adequadamente com antibióticos orais, os sintomas poderão escalar e causar cegueira, resultado da ulceração e cicatrização da córnea. A cirurgia também pode ser necessária para tratar de deformações das pálpebras.

    Outros sintomas incluem:

    Corrimento ocular

    Pálpebras inchadas

    Triquíase

    Inchaço dos nódulos linfáticos junto aos ouvidos

    Prevenção

    A doença pode ser efectivamente tratada com antibióticos e prevenida através de higiene adequada e meios educativos. É também importante evitar o contacto de indivíduos infectados com indivíduos sãos.

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