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O que é Filosofia do Iluminismo (conceito)?

3 Answers

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  • Anonymous
    1 decade ago
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    1.1. Liberdade e Elitismo Reformista

    Em 1959, Koselleck sistematizou a tese de que o pensamento utópico Iluminista seria o resultado da laicização da escatologia judaico-cristã, ou seja, o resultado da transposição da noção do tempo irreversível da salvação e do Juízo Final para a história, agora pensada pela filosofia da história do século XVIII como um processo cujo desenlace permanece aberto. (KOSELLECK, 1999) Para tanto, o plano divino da salvação – até então insondável para a consciência humana – teve de ser transformado em planejamento de futuro, feito por uma nova elite intelectual moralmente justa e conformada à Razão. No entanto, a “intelectualidade de Notáveis” do século XVIII transformou a história em processo sem se dar conta disso. Tratava-se de algo que começou na década de 1680, quando as primeiras “repúblicas de letras” desenvolveram o chamado “embate entre antigos e modernos” (1687-1694; 1694-1719). (DeJEAN, 2005)

    O “embate entre antigos e modernos” criou um topos intelectual novo no Ocidente, pois ajudou a elaborar uma concepção de tempo que separava futuro e passado e, assim, a noção de processo aos poucos suplantou a concepção de passado como repertório tipológico de modelos e exemplos para o presente. (OLINTO, 2000) Isso porque os “modernos” predominaram geracionalmente com suas idéias de que as realizações artísticas, culturais e políticas do presente eram sempre melhores do que as “antigas” (Antigüidade Clássica) e, portanto, estas pouco ou nada serviriam para os tempos atuais (“tempo modernos”). Nesse sentido, em vez de celebrada e copiada, a herança antiga deveria ser estudada e criticada em função das novas necessidades do presente – ou seja, não lhe era mais concedido um lugar de autoridade irrefutável. Portanto, a partir deste debate intelectual, percebemos que a história passa a ser concebida como processo à medida que deixa de ser um mero repertório tipológico de exemplos necessários a serem casuisticamente aplicados ao presente. Podemos pensar esta crise de paradigma como um marco conjuntural (1687-1719) que distingue o mundo do Renascimento/Barroco do universo cultural do Iluminismo.

    No entanto, segundo avaliação de Koselleck, a filosofia da história iluminista obscureceu a dimensão política de tal crise, pois, diante de suas imagens histórico-filosóficas de futuro, muitos eventos políticos cotidianos foram deixados em segundo plano. Portanto, a crise não foi de início concebida politicamente, mas em termos de reforma e aperfeiçoamento moral-intelectual, pois seria o resultado da internalização subjetiva de elementos do juízo divino da salvação, de um modo que foi logicamente equivalente ao cogito cartesiano, ou seja, tornou-se a autogarantia do homem que se desliga de exterioridades enganosas, advindas do senso comum, costumes, tradições, dogmas de religião etc. A partir deste ponto, podemos observar o delineamento da autonomia crítica iluminista, visto que a justiça subjetiva, voltada rigorosamente para si mesma (tal como o cogito), não contaria mais com grandezas dadas (por dogmas, cânones, passado, tradições etc) como condicionantes de autoridade a serem aceitas inquestionavelmente. Com isso, ocorreu uma ruptura entre passado e planejamento de futuro, concebendo-se cada momento histórico como único numa cadeia processual irreversível. Agora, o presente tem apenas a si mesmo como espaço de experiência, apontando para um horizonte futuro de expectativas. No entanto, tal firmamento da crítica iluminista mudaria o curso dos eventos políticos. Por isso, podemos entender porque, em Crítica e Crise, Koselleck tem como objetivo principal elucidar a ligação entre a “utópica filosofia da história” e a Revolução desencadeada em 1789, expondo o pressuposto de que o Absolutismo condiciona a gênese do Iluminismo, e este condiciona a gênese da Revolução Francesa. Koselleck constrói tal indagação utilizando como referência as concepções de Estado de Thomas Hobbes (1588-1679).

    Ao estudar a teoria de Estado de Thomas Hobbes, Koselleck afirma que a ordem política na Inglaterra pós-guerras de religião criou a condição necessária para o aperfeiçoamento do mundo moral ao reduzir a manifestação religiosa à esfera da intimidade doméstica. Assim, na ordem política advinda da superação das cisões da guerra civil, o objetivo dos indivíduos será aperfeiçoar-se moralmente em âmbito privado até o ponto de saber – por si mesmo – o que é bom e o que é mau, não devendo tal aperfeiçoamento moral afetar o mecanismo criado (Estado Político) pela inteligência humana como contraponto aos mecanismos condicionantes da guerra civil (Estado de Natureza)[1]. No entanto, esta descoberta da autonomia do sujeito tornar-se-ia perigosa para as instituições políticas quando – três gerações depois, superadas e longínquas as causas das guerras religiosas – cada indivíduo passasse a se sentir um juiz autorizado a criticar todas as determinações heteronômicas que contradissessem a sua moral interior. Daí que,

  • DM
    Lv 5
    1 decade ago

    foi o seculo das luzes.

    Onde eles abrirar a mente humana para a ciencia,tirando-os da escuridao da ignorancia.

  • Anonymous
    1 decade ago

    Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, correntes intelectuais e atitudes religiosas. Pode-se falar mesmo em diversos micro-iluminismos, diferenciando especificidades temporais, regionais e de matiz religioso, como nos casos de Iluminismo tardio, Iluminismo escocês e Iluminismo católico.

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