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Qual a sua opinião sobre a real situação econômica mundial?

Em um dia bolsa com grandes altas em outro dia grandes quedas, a quebra da economia americana, a brasileira é realmente forte ou é jogada do Lula? novo crash??? Enfim, a bolsa ainda é a melhor opção?

2 Answers

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  • 1 decade ago
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    Sky, veja bem.

    O capitalismo é um sistema econômico que evolui em ciclos e neste sentido, crises sistêmicas hão de acontecer ao longo de anos no futuro, é assim desde 1929, e nem por isso o mundo acabaou ou o capitalismo ruiu, ao contrário de outros sistemas.

    Crises no capitalismo o obriga a se corrigir e com isso o torna mais forte o que lhe confere um carater evolutivo que nem um outro sistema tem. Estas mesmas crises são oportunidades para outros players não só nos EUA, mas no mundo inteiro (chineses e brasileiros que não me deixam mentir). Portanto o que está acontecendo são reflexos de erros cometidos desde 11/09/2001 e excessos por parte de grandes conglomerados financeiros e especuladores que atual em âmbito global. A ausência de um posicionamento regulador e fiscalizador por parte de governos (americano e europeus), assossiado a uma postura incompetente de agências de rating que não foram capazes de prever que isso poderia acontecer acabaram por corroborar com tal situação que felizmente, aconteceu nos EUA e Europa, mercados com relativa credibilidade e com bilhões de dólares a serem gastos para recuperar suas economias. Se tal crise tivesse dado início na China a situação poderia estar muito pior.

    Esta cri´se é a pior deste 1929, mas não creio num novo "crash" aos moldes daquele ano, estamos muito mais preparados hoje que àquela época.

    Na verdade o Brasil é sim atingido por tal crise, no entanto num ritmo bem menor do que as crises no passado (apesar da intensidade dessa ser muito maior). Isso ocorre por uma infinidade de razões que em conjunto corroboram para o distanciamento de nossa economia da atual crise, algumas dessas razões são históricas outras mais atuais. Algumas conjunturais outras mercadológicas. Enfim, vamos a alguns exemplos:

    Historicamente falando, desde que Itamar Franco montou a equipe econômica responsável pelo que viria ser o Plano Real, o Brasil finalmente entrou num caminho coerente e correto. Com o advento do Plano Real veio a estabilidade e o mais importante o fim da inflação, que significou a maior transferência de renda aos mais pobres, talvez, da história do Brasil (embora ninguém perceba e reconheça isso). Ainda no governo FHC, foram inúmeras as crises que colocaram em xeque a credibilidade do recém criado Plano e que nos afetaram imensamente mais que a atual crise, prova disso foi a empírica necessidade de flexibilização cambial (algo que os argentinos não fizeram e quebraram). O sucesso do Plano Real e a capacidade do país em agir de forma rápida e correta, no tempo certo, conferiu ao Brasil enorme credibilidade internacional. Algo que só poderia ser revertido com o advento do Governo Lula.

    No entanto, o atual Governo, prosseguiu com os preceitos do Plano Real e sabiamente manteve como meta fulcral o controle inflacionário. A passagem de governo se fez de forma democrática e sem surpresas o que conferiu ao país um fortalecimento de nossas instituições democráticas e um compromisso efetivo de longo prazo que transcede a figura do governante. Este é um dos pontos mais importantes que uma economia pode almejar: CREDIBILIDADE. Ponto para Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva.

    Já no campo histórico recente, temos desde o ano passado uma melhora substancial nos preços das comódites o que levou o Brasil à berlinda. Ou seja a alta nos preços de minério de ferro, petróleo, alimentos (vide a crise de alimentos), carne (vide a crise da gripe aviária e o mal da vaca louca), leite e a cana de açucar (biocombustíveis e etanol). Tudo isso manteve o Brasil na mídia internacional por quase todo o ano de 2007 e 2008, fazendo com que o mundo visse o Brasil de forma como jamais viu, ou seja, um personagem capaz de influenciar de fato os rumos da economia mundial. A isso tudo somasse as recentes descobertas de petróleo, pesquisas no campo de combustíveis alternativas e o surgimento de gigantes multinacionais brasileiras que passam a atuar com enorme agressividade em âmbito global (destaque para a Embraer, WEG, Vale, Cemig, Petrobrás, etc.). Isso tudo conferiu ao Brasil: FOCO. Algo que até então não tinhamos. Este foco foi fundamental para que atingíssemos o tal sonhado "investment grade".

    Existe ainda uma questão conjuntural na economia brasileira que não permite que nossas instituições bancárias atuem em mercados externos de forma direta. Isso protegeu nossas instituições, pois elas não foram afetadas diretamente com a crise iniciada nos EUA, da forma com que as instituições européias e asiáticas (japonesas principalmente) foram. Em outras palavras, nenhuma instituição com sede no Brasil se envolvel de forma direta e indireta com as hipotecas nos EUA. Portanto todo o efeito que nos assola (como a derrapada do iBovespa hoje), é indireto e tem haver com expectativas dos agentes econômicos internacionais no que tange ao redirecionamento em seus investimentos para tentar minimizar os seus prejuízos e não por medo de inadimplência ou por desacordo com os pilares de nossa economia, algo que ocorreu de forma insana e infundada à época do Governo FHC. Neste quesito fica claro que mesmo o Brasil é atingido pela referida crise, porem de forma muito mais indireta do que antes.

    Por fim a questão mercadológica. Embora com uma população imensamente menor que a Índia e China, nossa população está muito mais apta (e ávida) ao consumo que naqueles países. Ou seja, precisamos muito pouco para fomentar um exércido de consumidores capaz de atrair investimentos produtivos e o mais importante: mudar o foco externo para interno. Mas o que isso quer dizer? Resumidamente, se a queda na demanda lá fora gerar queda em nossas exportações, seriamos capazes de focar a demanda interna com maior rapidez e dinamismo que em mercados emergentes como a China e Índia e/ou mercados em crises como os EUA e a União Europeia. Isso por si só explicaria uma série de fatos em nossa economia como por exemplo: a) a vinda de capital produtivo; b) a avidez de grandes empresas e bancos internacionais em atuar no Brasil (vide a postura do Santander, por exemplo); c) o intenso crescimento de setores a muitos anos estagnados como a construção civil, por exemplo; d) o aumento astronômico na venda de carros e bens duráveis; e) o aumento na procura por passagens aéreas e pacotes turísticos internacionais; etc.* Somasse a isto o PAC, que injetará nos próximos anos, bilhões de reais na economia, estruturar nossa logística interna provocando um efeito multiplicador positivo, por meio de criação de novos postos de trabalho e aumento na arrecadação de impostos.

    Enfim, estes são alguns pontos que explicam o nosso distanciamento da atual crise mundial, que já é considerada a pior deste 1929. Mas mesmo assim não somos imunes a ela.

    Há de se ter em mente que os EUA não estão mais sozinhos como a grande locomotiva do mundo** (embora muitos ainda relutem em aceitar isso). O fortelecimento da União Europeia, a China, a Índia, a forma com que os emergentes (em certas questões lideradas pelo Brasil) agem, o avanço de nações asiáticas, etc., fazem com que o mapa de poder geopolítico se dissipe e se torne mais amplo, aceitando novos personagens que tendem a partir de agora aumentar sua participação no bojo das grandes decisões mundiais e o momento é muito favorável ao Brasil.

    No que tange à bolsa, já alertava a mais de um ano que 2008 seria um ano de intensa volatilidade o que obrigaria os agentes a mudarem de estratégias para potencializar seus ganhos (atuar no curto ou curtíssimo prazo ***) ou manter o sangue frio caso decidissem manter suas posições de longo prazo, pois a tendência de alta se manteria. Portanto o que ocorre com a bolsa é totalmente previsível, mas para quem não sabe utilizá-la e se acovarda com quedas acentuadas tendem a agir de forma abrupta realizando vultuosos prejuízos quanto que o correto seria esperar. Para quem não entrou (e tem o perfil) esta pode ser uma ótima oportunidade, mas advirto: a volatilidade continuará por pelo menos mais oito meses e tende a ganhar muito mais quem atua no curto prazo, o que não desqualifica aqueles que atuam com vistas no longo prazo, mas precisam de sangue frio para passar por este período de reajustes e adaptações que ocorrem no mundo e que afetam o Brasil de alguma forma.

    Esta é minha opinião.

    Valeu?

    Barbosa.

    Source(s): * Obviamente isso tudo traz um risco à economia, pois parte do que sustenta o que foi dito está na facilidade de crédito a juros muito altos. Isso se não for controledo poderá gerar a primeira grande bolha brasileira e uma crise de inadimplência que poderia reverter em partes e credibilidade até então alcançada cabe ao Governo Lula e o próximo estar atento a isso, urgentemente. ** Não que eles estejam preocupados com este fato, muitíssimo pelo contrário. *** Usiminas subiu mais de 18% só no último pregão, ou seja quatro anos de Poupança em menos de 24 horas.
  • 1 decade ago

    é uma crise realmente, EUA passa por um momento critico, estao estatizando os grandes bancos para evitar a quebra de ambos, quanto a economia brasileira sim é forte graças as nossas reservas internacionais que estima-se 200 bilhoes de dolares, temos uma moeda forte, e um risco pais, mais baixo da historia, sim passaremos por essa sem maiores complicaçoes.

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